quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

virar a página.


num só momento
 decides o que há muito temias e sem certezas encontras um caminho a descobrir. falas contigo, trazes à pele de novo aquela esperança e conforto já perdidos. revoltas o baú e encontras tanto teu que te obriga a parar. saboreias a música que te leva e transporta para um sítio já esquecido, longe mas perto, dentro de ti. sabes que te tens
ali.
num só momento
o mais inocente e mais sincero de ti parece querer voltar a emergir. há tanto que construíste.
 
num só momento

fechas uma porta, aquela que sempre te recebeu. tanto bom como mau te trouxe e tirou. preferes e levas o melhor: a simplicidade dos momentos cúmplices e únicos.
 
num só momento
viras a página e reescreves-te.

reconstrução


 
 
 
na minha vida nunca fui muito decidido, capaz de escolher prontamente ou ser muito pragmático. preferi sempre o infinitivo ao presente, tentando não me identificar nas palavras.
 
 
hoje vejo que o melhor de nós deve ser partilhado e não devemos deixar para um futuro longínquo as coisas que tanto queremos.

domingo, 6 de setembro de 2015

deixar ir.




quando o motivo é a dificuldade, o incerto, vejo nessas mesmas palavras e hesitações, não a minha desaprovação, mas um impulso para poder acreditar em mim. penso na brevidade das circunstâncias, olho para o que foi e no que pode vir. mesmo não sabendo, mesmo que desconhecido, não vejo porque duvidar. porque nos prendemos sempre à [mesma] conformidade e nos acomodamos talvez nos outros e não em nós próprios? somos egoístas de nós próprios; não nos deixamos ir e não sabemos se perdemos ou ganhamos, porque dá trabalho tentar, insistir e lutar. somos egoístas das nossas próprias vontades e sonhos, e cegamente deixamos ir não só o que está diante nós, mas igualmente as pessoas de quem gostamos, das quais nos esquecemos de cuidar.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

retrospectiva


guardar [as palavras]  no tempo certo
guardar [o vivido] no sítio certo
guardá-las,
guardá-lo.
deixá-las a repousar,
amainar as emoções
e deixá-las vaguear
assentá-las no tempo certo
ou lembrá-las num estado incerto.
fixar na memória: o que foi feito
pode sempre melhorar o que está para vir.

terça-feira, 5 de maio de 2015

conseguir


aprende-se a ter uma outra visão do mundo quando realmente tentamos seguir o que queremos.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

agora.


o passado serve para lembrar,
nostalgiar.
não viver no que já não é,
é pensar que agora podemos estar
neste momento
e plenamente ser(-mos).
estar perto de quem nos faz bem
alimenta-nos e traz-nos de volta
ao presente.
e viver.

domingo, 19 de abril de 2015

palavras


há vida que murcha

apenas com o tom
de palavras mal sussuradas
há vida que morre
e surge
de palavras que crescem
da forma como
as sentimos


há palavras que têm vida.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

virar a página

a certeza e o controlo de tudo prendem a fluidez do momento inesperado. percebemos que as coisas tinham que ser dessa forma quando deixamos a espontaneidade tomar conta de nós. faz falta a liberdade. às vezes faz falta não saber, buscar prazer no que ainda está solto e por construir. nessa ingenuidade momentanea que é infinita ali. 
agarrar num livro e cheirá-lo, senti-lo como novo. mesmo lido, abracá-lo e vivê-lo em branco. folhear e sermos folheados. pensar e lembrar quem gostamos como se fosse a primeira vez. 

quinta-feira, 2 de abril de 2015

porque às vezes é preciso parar, acalmar e traçar um rumo. seja agora ou depois, não baixar os braços. respirar, deixar um pouco de nós para nós próprios.